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Por que a saúde mental das mulheres merece atenção redobrada?

Psicóloga explica que fatores biológicos e sociais interferem no psíquico feminino


Trabalho doméstico, carreira profissional, estudos, maternidade, relacionamentos, cuidados com a família. A mulher assume inúmeros papéis em sua vida que no decorrer do tempo podem causar impactos na sua saúde mental. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres apresenta algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão uma delas, atingindo mais as mulheres em relação aos homens com a doença.

“Os fatores biológicos e sociais interferem no psíquico feminino e precisamos levar isso em consideração. Mas também devemos lembrar que há subnotificações em relação aos diagnósticos de transtornos mentais no gênero masculino. As mulheres tendem a falar muito mais dos sentimentos que os homens”, explica a psicóloga do projeto Acolher do Sesc e Senac Goiás, Gabriela Radaelli.

Conforme a psicóloga, culturalmente a sociedade interpreta o sentir como sinal de fraqueza, o que leva os homens a não notificarem ou falarem dos sentimentos. “Esse é um pensamento muito errado, mas de certa forma o fato das mulheres falarem mais, significa que elas também procuram mais ajuda”, afirma.

Apesar do sofrimento psíquico ser comum a todas as pessoas, os impactos são diferentes para alguns grupos. Isso porque quando o assunto é saúde mental, é preciso considerar os determinantes sociais que atravessam o tema, e no caso das mulheres os aspectos biológicos. “Nas questões fisiológicas, precisamos pensar na parte endócrina. Então no período menstrual da mulher, nós temos a famosa TPM, que mexe com o humor, apresentando mais sinais de estresse, por exemplo”, pontua.

De acordo com a psicóloga, a Tensão Pré-Mestrual é uma resposta fisiológica da mulher que envolve alterações hormonais, trazendo prejuízos no sono e na forma dela se relacionar com as pessoas. Ademais, há a fase da menopausa em que também há alterações hormonais que afetam a forma como a mulher se sente e se relaciona com o mundo.

“Somado a tudo isso temos ainda a questão social, enquanto ela está vivendo essa loucura de coisas dentro do seu corpo, ela tem que lidar com o trabalho, cuidar de filhos, preparar o jantar e estudar. A carga da mulher é dobrada e isso afeta diretamente na forma como ela vai se sentir e ao longo do tempo essa conta vai enchendo, podendo virar um adoecimento mental”, esclarece a psicóloga do projeto Acolher do Sesc e Senac Goiás, Gabriela Radaelli.

Como cuidar da saúde mental

Praticar atividade física, alimentação saudável, sono de qualidade, reservar um tempo para o lazer. Esses são cuidados que contribuem para uma boa saúde mental. Conforme a psicóloga, é importante também que mulheres apoiam outras mulheres. “Se você observar que uma mulher está sendo vítima de violência física ou psicológica, você precisa dar espaço para que ela possa experienciar isso de uma forma mais humana” afirma Gabriela Radaelli.

Quer saber mais?

Assista o vídeo abaixo com a entrevista completa da psicóloga do projeto Acolher do Sesc e Senac Goiás, Gabriela Radaelli.