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Cuidadores de idosos: o olhar para quem cuida

Estudos apontam que 46 a 59% dos cuidadores são deprimidos, sendo as mulheres (49%) as mais atingidas. Sobrecarga é o principal motivo


Você é uma pessoa que cuida de um idoso? Que dedica parte da sua vida para um idoso? Então o Momento Sesc Saber de hoje é para você!


Pesquisas mostram que aproximadamente 40% dos idosos com 65 anos ou mais precisam de algum tipo de ajuda para realizar pelo menos uma tarefa do dia a dia, como limpar a casa, preparar as refeições ou fazer compras. Já 10% precisa de alguém que auxilie em tarefas básicas como tomar banho, vestir roupa, entre outras. Em geral, os cuidados para com os idosos ficam por conta dos familiares (ou de um familiar) ou, para os casos das famílias que têm condições financeiras, por conta de um profissional especializado neste tipo de cuidado e acompanhamento.


Estudos apontam que 46 a 59% dos cuidadores são deprimidos, sendo as mulheres (49%) as mais atingidas. Os impactos vão além da depressão e o cuidador também pode sofrer consequências de ordem física, social e até econômica, principalmente aqueles que cuidam sozinhos de um idoso, sem apoio familiar ou profissional. Esses cuidadores podem apresentar, entre outros sintomas, ansiedade, angústia, irritabilidade, cansaço e insônia.


“Embora seja gratificante cuidar do idoso, o cuidador também precisa cuidar de si e estar atento às questões relacionadas à sua saúde mental”, afirma a gerontologista e assistente social do Sesc Centro, Regina Tomé.


Rede de apoio


Para Tomé, a rede de apoio é um dos principais pontos de atenção quando se fala na saúde e bem-estar do cuidador. “A rede de apoio para o cuidador é muito importante. Ele precisa que a família e as pessoas próximas a ele estejam também acompanhando e dando apoio nesse cuidado em relação à sua saúde mental, porque muitas vezes esse cuidador entra num momento de stresse e ansiedade por causa da sobrecarga com as atividades que ele assume nos cuidados com o idoso”, explica.


O autocuidado é fundamental para evitar que o cuidador desenvolva doenças de ordem física e mental. “É muito importante que a família esteja apoiando nesse cuidado e nesse olhar para com o cuidador. É importante que o cuidador esteja com a sua saúde mental em dia para não gerar momentos de desespero, agressão ou violência no ato de cuidar do seu idoso”, complementa a assistente social.


De acordo com a gerontologista, é necessário que as tarefas, as atividades e aquilo que é voltado para o bem-estar do idoso seja compartilhado e dividido entre os familiares: “Nós temos uma realidade muito dura em que as pessoas acreditam que o cuidador - que normalmente é um filho ou uma filha - sozinho tem a obrigação de estar e cuidar do idoso, o que acarreta em sobrecarga somente de uma pessoa”.