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Entenda a diferença entre dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem

Psicóloga do Sesc Goiás Thalita Martins explica que principal diferença está nos aspectos biológicos do neurodesenvolvimento


Imagine, por um instante, a flora do Cerrado. Neste bioma você encontra uma extensa variedade de vegetação. Capins, arbustos, árvores e palmeiras, um verdadeiro mosaico. Cada espécie possui suas características e peculiaridades, a fim de manter o equilíbrio local. Existem as plantas que necessitam mais de água para a sobrevivência e aquelas que se adaptam com mais facilidade a escassez desse líquido. Da mesma forma, encontramos pluralidade em uma sala de aula. Há alguns alunos que conseguem assimilar o conteúdo mais rápido e outros que possuem mais dificuldade de acompanhar o ensino.

De acordo com a psicóloga do Sesc Goiás, Thalita Martins, o transtorno de aprendizagem é um aspecto biológico do neurodesenvolvimento, ou seja, é da natureza da pessoa, assim como a flora do Cerrado. “O Transtorno Específico da Aprendizagem trata daquelas dificuldades pontuais, com temas específicos, afetando diretamente o funcionamento do cérebro do indivíduo, ele já nasce com essa dificuldade”, explica.

A condição neurológica é a grande diferença de dificuldade de aprendizagem para transtorno de aprendizagem. “Já quando falamos de dificuldade, estamos referindo aquilo que é externo, são questões ambientais que acabam afetando a capacidade de aprendizagem do indivíduo. Por exemplo, uma criança que trocou de escola recentemente e está enfrentando uma dificuldade de adaptação ao novo ambiente”, orienta.

Mudança da casa, problemas familiares, bullying e outros fatores externos podem influenciar no desenvolvimento escolar do aluno e criar problemas de aprendizagem. Já o Transtorno Específico de Aprendizagem ocorre por propensão genética e acompanha a pessoa por toda sua vida.

Transtorno Específico de Aprendizagem

No Transtorno Específico de Aprendizagem existem os obstáculos que podem afetar a escrita, leitura e raciocínio de matemática. “É importante nós termos em mente que para fazer o diagnóstico, a criança precisa ter passado pelo momento de aquisição daqueles conhecimentos que são básicos relacionados a esse tema. Então se a criança está muito pequenina, ainda não teve um desenvolvimento escolar suficiente para aprender aquilo, a gente não pode considerar que ela tem esse transtorno”, afirma Thalita Martins.

O diagnóstico do Transtorno Específico de Aprendizagem é feito por um profissional da medicina como o neurologista e com o acompanhamento do neuropsicólogo. Já o tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar que faz avaliação pontual em relação a manifestação do transtorno. Cada indivíduo expressa de maneira diferente, por isso que o procedimento é específico para cada caso.